Com uso de ferramentas de inteligência, software é capaz de identificar as duas espécies, diferenciá-las, mapeá-las e contá-las. Frutos dessas palmeiras podem ser aproveitados na produção de óleos vegetais e biomassa para cadeia de biocombustíveis, alimentícia e cosmética. Dados fornecidos podem ser cruzados com informações sobre infraestrutura e logística e subsidiar políticas públicas e projetos privados. Usuário pode acessar a tecnologia por meio de uma interface web. Gratuita, ferramenta é capaz de promover um mapeamento em larga escala das duas espécies em todo o País. Software no formato web desenvolvido pela Embrapa Agroenergia (DF) permite identificar e contar plantas de macaúba (Acrocomia spp.) e babaçu (Attalea speciosa) em lugares de ocorrência espontânea das espécies e em áreas de cultivo. Essas palmeiras são nativas do território nacional e seus frutos podem ser aproveitados para diversos fins, como o fornecimento de óleos vegetais e biomassa para cadeia de biocombustíveis, alimentícia e cosmética. Denominado MacView, o sistema utiliza um modelo computacional desenvolvido com ferramentas de inteligência para identificar e contar ambas as palmeiras, diferenciando-as, utilizando imagens de veículos aéreos não tripulados (VANTs), popularmente conhecidos como drones. O relatório gerado apresenta os totais das populações amostradas, o que auxilia o mapeamento de áreas de dispersão natural e monitoramento de áreas cultivadas. Em conjunto com outras camadas de informação de inteligência territorial, como dados de modal de transporte e disponibilidade energética, a ferramenta contribui de forma significativa para tomadores de decisões, sejam agentes governamentais ou gestores da iniciativa privada. Dados de disponibilidade dessas biomassas são fundamentais para estabelecer planos de manejo e exploração econômica em regiões onde essas palmeiras ocorrem de forma abundante. Lançamento O software MacView é uma das tecnologias que a Embrapa lança no dia 25 de abril, durante as comemorações dos seus 51 anos. É esperada a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na solenidade. Acompanhe aqui a programação de aniversário: Embrapa50+. Tecnologia é organizada em três partes O software apresenta três partes: um portal com informações gerais sobre o projeto e a solução desenvolvida, além de exemplos sobre o uso da ferramenta e seção com as principais perguntas e respostas. A segunda parte é um sistema especialista, com interface amigável, para reconhecimento das palmeiras; e um servidor com um software especialista baseado em inteligência artificial para detecção de palmeiras. Foto: José Rey Santos Souza (babaçu) Pela interface web, o usuário pode registrar sua conta de identificação, cadastrar a área de interesse e fazer “upload” das imagens georreferenciadas de sua área de estudo. O sistema de inteligência artificial é acionado para fazer a inferência das palmeiras em cada imagem. Ao final, o usuário é notificado para receber um relatório com informações sobre o número de identificação de cada planta localizada, a espécie inferida, a posição da caixa delimitadora da palmeira e a latitude/longitude de cada palmeira. A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto “Fortalecimento da cadeia de produção da macaúba em contextos da Região Nordeste do Brasil”, que contou com o apoio financeiro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) executado em parceria com a Embrapa Algodão (PB) e a Embrapa Meio-Norte (PI). “A ideia nasceu da necessidade de apoiar ações estruturantes para comunidades extrativistas na região do Cariri. No entanto, o conceito mostrou-se viável também para outras áreas do País e evoluímos para um produto que pode atender gratuitamente toda a sociedade”, afirma a pesquisadora da Embrapa Simone Favaro, líder do projeto. Público-alvo O público-alvo do MacView inclui produtores rurais, empresas que prestam serviços de inventário por meio de imagens de drones, grupos de investimentos em bioeconomia, pesquisadores, e agentes públicos ligados a monitoramento e aproveitamento de recursos naturais, que precisam realizar levantamentos de ocorrência natural ou acompanhamento de áreas cultivadas dessas palmeiras. “O ativo é inovador e vai sanar uma das dores dos empresários que pretendem explorar comercialmente macaúba e babaçu de ocorrência natural: a quantificação das palmeiras para estimar o potencial produtivo das biomassas em maciços naturais em propriedades de pequeno a grande porte. O software é de uso gratuito e pretendemos atingir o maior número possível de usuários”, explica a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia Patrícia Verardi Abdelnur. O sistema web usa modelo computacional baseado em técnicas de aprendizado profundo (deep learning) e encontra-se em ambiente de produção. O MacView pode ser acessado a partir deste endereço. Versão beta O software está em estágio chamado de “beta test”, ou seja, trata-se de um protótipo funcional. A disponibilização pública neste estágio de desenvolvimento objetiva possibilitar o acesso antecipado dos usuários a resultados de pesquisa científica da Embrapa. Entretanto, devido à maturidade atual, o sistema pode eventualmente apresentar alguma instabilidade. Por isso, é recomendável utilizá-lo com cautela. Conheça mais sobre a macaúba nos programas de rádio da Embrapa, o Prosa Rural: Macaúba: sistema produtivo para produção de óleo e energia no Semiárido Sistema simplificado de produção de mudas de macaúba e extração de óleos e farinha do fruto Uso da biomassa como matéria-prima agroindustrial Como extrair óleo de macaúba com qualidade Problemas que essa tecnologia resolve A macaúba é uma importante oleaginosa nativa do Brasil. Essa palmeira possui potencial para exploração como fonte de óleo para produção de biodiesel, combustíveis de aviação e diesel renovável. Entretanto, não existem grandes áreas plantadas com a espécie. Dessa forma, a identificação de maciços de macaúba encontrados em florestas nativas é uma ferramenta importante para a sua exploração. Por isso, o ativo foi desenvolvido como um sistema simplificado e gratuito de identificação e contagem das duas palmeiras. Por meio desse sistema será possível realizar mapeamento em larga escala destas plantas em território nacional, superando as limitações de inventários feitos in loco e apenas com amostragens de populações. Essa informação subsidia planos de manejo e conservação das espécies, bem como ampara de forma substancial projetos de exploração econômica dos maciços naturais. Além disso, pode ser usado como ferramenta de monitoramento de áreas cultivadas. Diferencial A tecnologia permite que usuários finais possam submeter suas imagens georreferenciadas e obter o reconhecimento das palmeiras de forma automática e sem intervenção humana no processo. Dessa forma, foi desenvolvido um portal informativo sobre o projeto com informações relacionadas à macaúba e ao processo de captura de imagens, além do próprio uso do sistema web que permite a obtenção das informações finais por pessoas sem treino em programação. Ainda, o sistema obtido é automático, ou seja, não depende de intervenção humana em nenhum ponto do processo. Macaúba conta com Zoneamento Agrícola de Risco Climático A portaria com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da macaúba no território brasileiro foi publicada no início de fevereiro pelo Diário Oficial da União. O Zarc foi elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos, permitindo identificar as áreas onde se encontram condições mais favoráveis ao cultivo da espécie. Na abordagem, os municípios são classificados em diferentes níveis de riscos de frustração de safra, de acordo com características climáticas, sobretudo relacionadas ao solo e à disponibilidade hídrica, em conjunto com o ciclo de desenvolvimento da espécie e as necessidades da cultura. O aplicativo Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (SP), está disponível de forma gratuita para os sistemas Android e iOS, com indicações sobre datas de plantio para mais de 40 culturas agrícolas, abrangendo todos os municípios do território nacional. Para saber mais sobre o aplicativo, clique aqui. Saiba mais sobre o Zarc da macaúba aqui.
Foto: Embrapa
A macaúba (foto), assim como o babaçu, é uma palmeira nativa do território nacional e seus frutos podem ser aproveitados para diversos fins
Software no formato web desenvolvido pela Embrapa Agroenergia (DF) permite identificar e contar plantas de macaúba (Acrocomia spp.) e babaçu (Attalea speciosa) em lugares de ocorrência espontânea das espécies e em áreas de cultivo. Essas palmeiras são nativas do território nacional e seus frutos podem ser aproveitados para diversos fins, como o fornecimento de óleos vegetais e biomassa para cadeia de biocombustíveis, alimentícia e cosmética.
Denominado MacView, o sistema utiliza um modelo computacional desenvolvido com ferramentas de inteligência para identificar e contar ambas as palmeiras, diferenciando-as, utilizando imagens de veículos aéreos não tripulados (VANTs), popularmente conhecidos como drones. O relatório gerado apresenta os totais das populações amostradas, o que auxilia o mapeamento de áreas de dispersão natural e monitoramento de áreas cultivadas.
Em conjunto com outras camadas de informação de inteligência territorial, como dados de modal de transporte e disponibilidade energética, a ferramenta contribui de forma significativa para tomadores de decisões, sejam agentes governamentais ou gestores da iniciativa privada. Dados de disponibilidade dessas biomassas são fundamentais para estabelecer planos de manejo e exploração econômica em regiões onde essas palmeiras ocorrem de forma abundante.
LançamentoO software MacView é uma das tecnologias que a Embrapa lança no dia 25 de abril, durante as comemorações dos seus 51 anos. É esperada a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na solenidade. |
Tecnologia é organizada em três partes
O software apresenta três partes: um portal com informações gerais sobre o projeto e a solução desenvolvida, além de exemplos sobre o uso da ferramenta e seção com as principais perguntas e respostas. A segunda parte é um sistema especialista, com interface amigável, para reconhecimento das palmeiras; e um servidor com um software especialista baseado em inteligência artificial para detecção de palmeiras.
Foto: José Rey Santos Souza (babaçu)
Pela interface web, o usuário pode registrar sua conta de identificação, cadastrar a área de interesse e fazer “upload” das imagens georreferenciadas de sua área de estudo. O sistema de inteligência artificial é acionado para fazer a inferência das palmeiras em cada imagem. Ao final, o usuário é notificado para receber um relatório com informações sobre o número de identificação de cada planta localizada, a espécie inferida, a posição da caixa delimitadora da palmeira e a latitude/longitude de cada palmeira.
A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto “Fortalecimento da cadeia de produção da macaúba em contextos da Região Nordeste do Brasil”, que contou com o apoio financeiro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) executado em parceria com a Embrapa Algodão (PB) e a Embrapa Meio-Norte (PI).
“A ideia nasceu da necessidade de apoiar ações estruturantes para comunidades extrativistas na região do Cariri. No entanto, o conceito mostrou-se viável também para outras áreas do País e evoluímos para um produto que pode atender gratuitamente toda a sociedade”, afirma a pesquisadora da Embrapa Simone Favaro, líder do projeto.
Público-alvo
O público-alvo do MacView inclui produtores rurais, empresas que prestam serviços de inventário por meio de imagens de drones, grupos de investimentos em bioeconomia, pesquisadores, e agentes públicos ligados a monitoramento e aproveitamento de recursos naturais, que precisam realizar levantamentos de ocorrência natural ou acompanhamento de áreas cultivadas dessas palmeiras.
“O ativo é inovador e vai sanar uma das dores dos empresários que pretendem explorar comercialmente macaúba e babaçu de ocorrência natural: a quantificação das palmeiras para estimar o potencial produtivo das biomassas em maciços naturais em propriedades de pequeno a grande porte. O software é de uso gratuito e pretendemos atingir o maior número possível de usuários”, explica a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia Patrícia Verardi Abdelnur.
O sistema web usa modelo computacional baseado em técnicas de aprendizado profundo (deep learning) e encontra-se em ambiente de produção. O MacView pode ser acessado a partir deste endereço.
Problemas que essa tecnologia resolveA macaúba é uma importante oleaginosa nativa do Brasil. Essa palmeira possui potencial para exploração como fonte de óleo para produção de biodiesel, combustíveis de aviação e diesel renovável. Entretanto, não existem grandes áreas plantadas com a espécie. Dessa forma, a identificação de maciços de macaúba encontrados em florestas nativas é uma ferramenta importante para a sua exploração. Por isso, o ativo foi desenvolvido como um sistema simplificado e gratuito de identificação e contagem das duas palmeiras. Por meio desse sistema será possível realizar mapeamento em larga escala destas plantas em território nacional, superando as limitações de inventários feitos in loco e apenas com amostragens de populações. Essa informação subsidia planos de manejo e conservação das espécies, bem como ampara de forma substancial projetos de exploração econômica dos maciços naturais. Além disso, pode ser usado como ferramenta de monitoramento de áreas cultivadas. DiferencialA tecnologia permite que usuários finais possam submeter suas imagens georreferenciadas e obter o reconhecimento das palmeiras de forma automática e sem intervenção humana no processo. Dessa forma, foi desenvolvido um portal informativo sobre o projeto com informações relacionadas à macaúba e ao processo de captura de imagens, além do próprio uso do sistema web que permite a obtenção das informações finais por pessoas sem treino em programação. Ainda, o sistema obtido é automático, ou seja, não depende de intervenção humana em nenhum ponto do processo. |
Macaúba conta com Zoneamento Agrícola de Risco ClimáticoA portaria com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da macaúba no território brasileiro foi publicada no início de fevereiro pelo Diário Oficial da União. O Zarc foi elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos, permitindo identificar as áreas onde se encontram condições mais favoráveis ao cultivo da espécie. Na abordagem, os municípios são classificados em diferentes níveis de riscos de frustração de safra, de acordo com características climáticas, sobretudo relacionadas ao solo e à disponibilidade hídrica, em conjunto com o ciclo de desenvolvimento da espécie e as necessidades da cultura. O aplicativo Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (SP), está disponível de forma gratuita para os sistemas Android e iOS, com indicações sobre datas de plantio para mais de 40 culturas agrícolas, abrangendo todos os municípios do território nacional. Para saber mais sobre o aplicativo, clique aqui. Saiba mais sobre o Zarc da macaúba aqui. |
Márcia Cristina de Faria (MTb 24.056/SP)
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