Prestes a completar um mês, embargo da China reflete negativamente nas exportações de carne bovina

As exportações de carne bovina para a China estão suspensas pelo Brasil desde 22 de fevereiro, quando foi confirmado um caso de mal da vaca louca em fazenda do sudeste do Pará. Prestes a completar um mês, o embargo já reflete negativamente no mercado internacional para a proteína produzida no país.

Diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira abordou o tema na edição desta semana do boletim ‘AgroExport’. Com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), ele chamou a atenção para o recuo dos embarques para o exterior do produto neste primeiro trimestre de 2023.

De 1º de janeiro até 20 de março deste ano, o Brasil exportou 380 mil toneladas de carne bovina para outros países. Em 2022, o consolidado do primeiro trimestre apresentou números mais robustos para o segmento: 465 mil toneladas enviadas para o exterior.

“Dificilmente, a gente vai fazer a marca do primeiro trimestre do ano passado”, disse o diretor de conteúdo do Canal Rural, ciente de que há mais 11 dias de contabilização de embarques para fechar o ciclo. “No trimestre, podemos calcular de 15% a 20% de recuo nos embarques de carne bovina, motivado principalmente por esse auto embargo”, disse ao participar da edição desta terça-feira (21) do ‘Mercado & Companhia’.

Ainda sobre carne bovina, Ferreira registrou que as exportações para a China devem ser retomadas até a próxima semana. Nesse sentido, mencionou a comitiva brasileira que está a caminho de Pequim e apontou para o reaquecimento do preço do boi gordo.

“O preço já está reagindo com a expectativa do fim desse embargo” — Giovani Ferreira

“O mercado já está reagindo. Se a gente for ver a cotação da arroba do boi nas diversas praças do Brasil, o preço já está reagindo com a expectativa do fim desse embargo”, afirmou o executivo. “Em meados de 2022, a arroba do boi ultrapassou os R$ 300,00. Agora, com essa pequena alta nos últimos dias, o valor está entre R$ 270,00 e R$ 275,00“.

Exportações de carne bovina, suína e de frango

No boletim ‘AgroExport’ desta semana, Giovani Ferreira foi além de abordar o panorama atual das exportações de carne bovina pelo Brasil. Ele também apresentou números referentes aos embarques parciais em 2023 da carne de frango e da carne suína. Em ambos os casos, a expectativa é de crescimento no comparativo com o primeiro trimestre do ano passado.

Em relação à carne de frango, o Brasil já exportou — até o dia 20 de março — o total de 1,03 milhão de toneladas, quase alcançando a marca de 1,04 milhão registrada ao decorrer de todo o primeiro trimestre de 2022. Na parte de carne suína, o cenário é similar. Isso porque com 11 dias a serem contabilizados, a parcial de 2023 (210 mil toneladas) deve superar o volume registrado de janeiro a março de 2022 (213 mil toneladas).

Para a carne suína, Ferreira ainda fez uma observação: a expectativa para este ano é avançar mais que a 1,01 milhão de toneladas exportadas em 2022. Isso porque, ele reforçou: o problema da peste suína africana “volta a assombrar” o plantel chinês. Com isso, o Brasil pode ser acionado para dar conta do “apetite” por parte do país asiático.

“Assim como na carne bovina, a China é responsável por mais da metade das compras de carne suína do Brasil”, afirmou. “Números interessantes e uma expectativa bastante positiva de retomada”, complementou Ferreira.

Fonte: Tocantins Rural