Segundo avaliação da Conab, além do aumento da demanda na pandemia, a valorização do produto pode ser explicada pelos elevados patamares de preço internacional anteriores à crise do Covid-19; pela desvalorização do Real perante o Dólar; a expressiva exportação de janeiro até julho deste ano; a menor disponibilidade de importação de arroz dos parceiros do Mercosul; e a redução de área plantada no Brasil com esta cultura nas últimas duas safras, resultado das baixas rentabilidades identificadas nos últimos anos.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, durante reunião do Conselho de Governo, na última terça-feira (8) afirmou que situação do setor vem sendo monitorada de perto pelo Mapa e não há previsão de falta do produto. “O arroz não vai faltar. Agora ele [o preço do arroz] está alto, mas nós vamos fazer ele baixar. Se Deus quiser, vamos ter uma super safra no ano que vem”.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Mapa, a produção de arroz estimada para a próxima safra (2020/21) é de 12 milhões toneladas, um incremento de 7,2% em relação à safra anterior. Para a safra 2020/21, que começa a ser comercializada em março de 2021, é esperada uma produção maior, com arrefecimento de preços no próximo ano.
A Conab informa que o País possui, atualmente, estoque para suprir o consumo interno. A companhia aponta que a alta de preços do arroz no varejo brasileiro é resultado da intensa valorização do grão no mercado.
Ainda de acordo a Companhia, historicamente, o segundo semestre, por se tratar de período de entressafra, possui cotações mais elevadas para o arroz. Entretanto, como a cotação interna já ultrapassa a paridade de importação dos principais mercados produtores do grão, é pouco provável que haja sustentação do atual patamar de preços no médio prazo.
Alíquota de importação
Em entrevista à emissora CNN Brasil, Tereza Cristina disse que o ministério vai encaminhar para o Comitê Executivo de Gestão (Gecex), da Câmara de Comércio Exterior (Camex), um pedido para zerar a alíquota de importação para permitir a entrada de 400 mil toneladas de arroz até o dia 31 de dezembro de 2020.
“A próxima safra começa a ser plantada hoje e esse arroz começa a ser colhido em meados de janeiro. Teremos uma safra bem maior, pois o agricultor vai plantar mais arroz porque teve um preço que remunerou a atividade. Então, ano que vem teremos um estoque bem maior do arroz”, disse a ministra.
Segundo a ministra, o Mapa também acompanha o desempenho de outros produtos, como a soja e o milho. “Estamos acompanhando e na hora certa agiremos para que não tenha falta de produtos. Até agora não temos nenhum tipo de problema”, ressaltou.
(Com informações www.gov.br)