Pará confirma caso de mal da ‘vaca louca’

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) confirmou nesta quarta-feira (22) que o resultado do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina, doença conhecida como mal da “vaca louca”, deu positivo.

Segundo a Adepará, o caso ocorreu em uma pequena localidade do sudeste do Pará, que tem 160 cabeças de gado.

O local já foi isolado e a propriedade foi inspecionada e interditada preventivamente, informou a Agência.

O governo do Pará informou que a “sintomatologia indica que se trata da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano”.

Foto: Leandro J. Nascimento / G1

Para confirmar esta situação de isolamento e controle, “amostras foram enviadas para laboratório no Canadá para tipificação do agente, se clássica ou atípica”.

De acordo com o governo, o assunto é a tratado com transparência e responsabilidade, por meio de contato permanente com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A enfermidade é fatal e acomete bovinos adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Como consequência, uma vaca que, a princípio, era calma e de fácil manejo, por exemplo, se torna agressiva, daí o apelido do distúrbio.

Humanos podem ser contaminados?

 

Existem duas doenças que têm relação com príon infeccioso. Assim como nos animais, os humanos podem desenvolver esse príon naturalmente – sendo acometidos por uma doença degenerativa chamada doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), que nada tem a ver com o mal da vaca louca. Ela atinge principalmente idosos.

Também é possível um humano adquirir esse príon infeccioso ao comer carne infectada, desenvolvendo a variante doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ), também conhecida como “vaca louca”.

O risco de humanos desenvolverem o mal da vaca louca existe no consumo de partes contaminadas do cérebro, da medula cervical, da tonsila ou de tecidos do fundo do olho de bovinos. Contudo, desde o final da década de 1990, o Ministério da Agricultura proibiu a comercialização destas partes para consumo, aponta o veterinário Enrico Ortolani, consultor do Globo Rural.

Ambas as doenças degenerativas são fatais e têm alguns sintomas em comum, como a perda de memória, perda visual, depressão e insônia. É possível que uma pessoa tenha adquirido o problema e ela não manifeste sintomas por anos.

Fonte: G1