Nascem bezerros trigêmeos na Embrapa Cerrados

Foto: Carlene Rezende
Foto: Carlene Rezende

Chocolate, Baunilha e Nevasca nasceram há quase duas semanas. São os filhotes, dois machos e uma fêmea, que nasceram de uma mesma vaca, Quediva da Cerrados da raça Brasil Genética Nelore (BRGN), do rebanho de corte da Embrapa Cerrados (DF).

O parto normal ocorreu na madrugada de sábado (14). Sem nenhuma ajuda, a vaca BRGN 1508 deu à luz a três bezerros, que nasceram respirando bem, saudáveis e fortes, com diferença de cerca de duas horas entre o primeiro e o último filhote.

O nascimento de trigêmeos é algo raro, principalmente em rebanhos de corte. Segundo Luiz Osvaldo Rezende, veterinário da Embrapa Cerrados, partos gemelares com sucesso, com mãe e filhotes saudáveis, representam menos de 0,5% do total.

Os trigêmeos causaram surpresa à equipe responsável pelo rebanho. “Em 20 anos de profissão, é a primeira vez que eu vejo o nascimento de trigêmeos. Eles nasceram muito saudáveis, quase com o peso de um bezerro de gestação única, com cerca de 22 quilos cada um”, afirma Rezende, que tem feito o acompanhamento dos filhotes.

Os trigêmeos estão sendo amamentados pela mãe, em revezamento, e também com o auxílio de mamadeira, já que a vaca não tem leite suficiente para três filhotes. Mas um deles já foi praticamente adotado por outro animal do rebanho e também está sendo amamentado por ela.

O veterinário explica que é muito raro nascerem gêmeos, principalmente com monta natural, já que a vaca não libera muitos ovócitos (células reprodutivas), diferente das ovelhas, onde essa situação é bastante comum. Já quando ocorre a inseminação artificial, como no caso das cerca de 300 vacas do rebanho BRGN, raça desenvolvida pela Embrapa Cerrados, eventualmente pode ocorre a gestação de mais de um embrião. O método utilizado é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), com utilização de protocolos hormonais e uso de sêmen testado.

Rezende acredita que a gestação gemelar pode ter ocorrido devido o tratamento hormonal usado no rebanho. No entanto, explica que em caso de gêmeos e também de trigêmeos ocorre a troca de sangue e anticorpos entre os fetos dentro da placenta, o que causa uma patologia genética nos bezerros, o freemartinismo, que faz com que 90% das fêmeas nasçam inférteis. “No caso dos machos, a infertilidade não é certa. Vamos avaliar os bezerros quando chegarem à idade reprodutiva”, informa.

Informações Embrapa