Enquanto o reconhecimento internacional das práticas sustentáveis do agro brasileiro não ocorre, o caminho mais viável para produtores rurais aproveitarem o comércio mundial de carbono é investir em projetos setoriais. Diferentemente do mercado regulado, onde as regras e a precificação são feitas por governos, no chamado mercado voluntário de carbono o funcionamento é definido por empresas, organizações e pessoas físicas.
A dica foi a tônica central da palestra “Mercado de carbono no agronegócio – desafios e oportunidades”, feita nesta manhã de quinta (30) pelo diretor da Kryia Agronegócios de Baixo Carbono, Nuno Cunha. Ele foi um dos palestrantes na Parecis SuperAgro 2023.
O mercado de carbono consiste na comercialização de papéis (créditos de carbono) nas bolsas de valores e mercadorias. Estes créditos são certificados emitidos por agências de proteção ambiental para iniciativas de redução das emissões de gás carbônico na atmosfera – baseadas em medidas sustentáveis, como reflorestamento e substituição de combustíveis fósseis. Os créditos de carbono são calculados pelas toneladas de gases que deixarão de ser lançadas na atmosfera.
“Existe uma variedade de possibilidades nesse mercado, como sequestro de carbono florestal e no solo e geração de energia a partir de resíduos. Um dos desafios é que não há uma metodologia única ou oficial de cálculo da redução de emissões na atividade agrícola, o que dificulta o surgimento de projetos em escala maior ou com foco em certificação”, ponderou Cunha.