Investidores de indústria de bioenergia pretendem investir cerca de R$ 1,1 bilhão no Tocantins

A Tocantins Bioenergia foi representada pelo fundador e CEO da AGROJEM, José Eduardo Motta; o CEO da ACP Bioenergia, Alexandre Candido; e o representante da empresa Czarnikow no Brasil, Fernando Soares – Antonio Gonçalves/Governo do Tocantins

 

 

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, recebeu nesta quarta-feira, 1º de novembro, no Palácio Araguaia Governador José Wilson Siqueira Campos, representantes da Tocantins Bioenergia para apresentação do projeto de implantação de uma indústria de bioenergia no município de Miranorte, com investimento estimado em R$ 1,1 bilhão. O fundador e CEO da AGROJEM, José Eduardo Motta, esteve acompanhado do CEO da ACP Bioenergia, Alexandre Candido; e do representante da empresa inglesa Czarnikow no Brasil, Fernando Soares.

Além dos R$ 1,1 bilhão de investimento inicial para a construção do parque industrial de etanol de milho em Miranorte, a Tocantins Bioenergia projeta a criação de aproximadamente 400 empregos diretos na fase de instalação e mais 100 na fase de operação. O empreendimento também deve gerar mais de R$ 100 milhões em arrecadação anual de impostos estaduais a partir de 2027, sem considerar os benefícios fiscais fornecidos pelo Governo do Tocantins.

O governador Wanderlei Barbosa destacou a satisfação, enquanto gestor, quando empresas buscam investir no Tocantins, citando a geração de empregos e contribuição no crescimento econômico do Estado. “A maioria absoluta da produção de milho no nosso território é para exportação e agora vamos industrializar. Quando você industrializa, você gera riquezas e oportunidades de emprego no Estado, e é isso que essa parceria de investidores traz para nós. Nós temos modelado a nossa legislação para facilitar a instalação do setor empresarial, sem perder a mão da proteção ambiental, por meio do crescimento sustentável. Nós queremos que o Tocantins cresça, mas sem perder de vista a sustentabilidade”, pontuou o Governador, ao comentar a necessidade de atenção às áreas de preservação ambiental.

“O governador Wanderlei Barbosa tem colocado sempre a segurança jurídica em pauta quando essas estruturas se estabelecem em nosso Estado e a AGROJEM traz um produto importante para o Tocantins, que é o processamento do milho, que nós temos em abundância”, observou o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Jaime Café, também presente na reunião. “Além do etanol de milho, a indústria produzirá, também, o DDG, que é uma ração de altíssimo valor proteico que, com certeza, viabilizará novas plantas, tanto de confinamento quanto de produção proteína animal”, elencou o secretário. 

O fundador e CEO da AGROJEM, José Eduardo Motta, contou que há alguns anos o grupo vem estudando a viabilidade de implantação de uma indústria desse porte no Tocantins. “Agora nós buscamos os nossos parceiros investidores. Uma é a ACP Bioenergia, que já opera grãos em um pólo de Caseara e Marianópolis; a outra é a Czarnikow, com sede em Londres, mas com operações no Brasil. Eles se juntaram a nós nesse projeto e agora estamos dando o pontapé inicial para as obras desta, que será a primeira grande indústria de etanol de milho no Tocantins”, garantiu José Eduardo Motta. 

Parceria

A parceria entre Governo do Tocantins e a iniciativa privada foi destacada pelo secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Lima. “A gestão do governador Wanderlei Barbosa sempre está atenta aos novos investimentos e, como é neste caso da indústria de etanol de milho, haverá necessidade de recuperação de rodovias para devolver a capacidade logística assim que o empreendimento ficar pronto. Desse modo, o Governador já determinou os estudos técnicos preliminares para que, assim que possível, a Ageto [Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura] inicie o processo de recuperação da TO-446, viabilizando a realização desse importante empreendimento que vai impulsionar a economia tocantinense, fazendo com que grãos, que anteriormente eram simplesmente exportados, passem a ser processados em nosso território, agregando valor ao produto final”, pontuou o secretário Carlos Humberto Lima. 

CEO da ACP Bioenergia, Alexandre Candido contou que a empresa investe no Tocantins desde 2019 e que reconhece o potencial de expansão do Estado. “Aqui nós temos alguns benefícios competitivos quando olhamos para o Brasil como um todo, além da logística ferroviária e posicionamento estratégico, a fim de abastecer o mercado do Nordeste, bastante deficitário em etanol”, listou o investidor. 

Sua opinião foi acompanhada pelo representante da Czarnikow, Fernando Soares. “Entendemos que o projeto reúne elementos únicos como a grande disponibilidade e potencial de acesso à matéria-prima, que é o milho, no estado do Tocantins e, principalmente, na região de Miranorte; a estrutura de confinamento da AGROJEM, que traz segurança para o escoamento da produção de grande parte do DDG a ser produzido; além da excelente estrutura logística que existe na região, para que possamos escoar o etanol internamente e para outros estados”, finalizou.

A empresa Tocantins Bioenergia foi criada por meio da parceria entre a AGROJEM, acionistas da ACP Bioenergia e a Czarnikow, e está sediada no município de Miranorte. Todos os processos ambientais e de engenharia do projeto industrial já foram iniciados e a previsão de inauguração da planta é em outubro de 2026.

Fonte: Tocantins Rural