As Olimpíadas de Paris, que serão realizadas em julho deste ano, estabeleceram uma meta controversa para o agronegócio: reduzir a oferta de carne nas 13 milhões de refeições que serão servidas aos atletas e ao público.
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos baseia-se no argumento de que a carne representa uma ameaça ambiental, transmitindo uma mensagem equivocada de que o setor de proteína animal é o principal responsável pelas emissões de carbono e pelo aquecimento global.
Em um debate ao vivo, especialistas discutiram os aspectos não considerados pela Organização das Olimpíadas em Paris. O setor de transporte, por exemplo, é responsável por cerca de 20% das emissões globais de CO2, sendo um dos principais contribuintes para o efeito estufa. Estudos recentes mostram que as emissões da Aviação Civil comercial aumentaram em média 2,6% ao ano nos últimos 25 anos, destacando a importância da transição energética para a sustentabilidade do planeta.
O diretor da Consultoria Athenagro, Maurício Nogueira, ressaltou que a pecuária pode desempenhar um papel crucial na remoção de CO2, principalmente por meio da manutenção das pastagens, que têm o potencial de absorver mais carbono do que os animais produzem. Além disso, enfatizou o avanço da pecuária brasileira em termos de eficiência, com um aumento significativo na produção de carne e uma redução no peso médio do rebanho, o que reflete uma maior sustentabilidade ambiental.
Por sua vez, o comentarista Miguel Daoud criticou a decisão do comitê organizador das Olimpíadas, argumentando que ela é política e carece de fundamentação técnica. Ele destacou a importância histórica da proteína animal na dieta humana e ressaltou que o foco deveria estar no combate ao desperdício de alimentos e na garantia de acesso à alimentação para todas as pessoas, especialmente aquelas que enfrentam a fome em todo o mundo.