O local invadido funcionava o antigo Serviço Produtos e Mercados (SPM), que encerrou suas atividades de produção de sementes faz alguns anos. Em nota, o MST afirma que local foi ocupado por 600 famílias “com intuito de transformar essa terra devoluta em um projeto de assentamento da Reforma Agrária”.
Em uma nota divulgada pela Embrapa Semiárido, nesta segunda-feira (17), a empresa que a invasão “foi realizada em terras agricultáveis e de preservação da Caatinga”
“A Unidade foi anexada, administrativamente, à Embrapa Semiárido e tem sido utilizada para instalação de experimentos diversos e multiplicação de material genético básico de cultivares lançadas pela Empresa (sementes e mudas). A invasão atingiu ainda áreas de preservação da Caatinga, comprometendo a vida de animais ameaçados de extinção, além de pesquisas para conservação ambiental e de uso sustentável do Bioma. Nesta área também acontece o Semiárido Show, feira de grande relevância para os agricultores familiares do Semiárido, posto que as tecnologias que são apresentadas foram desenvolvidas para ambientes de convivência com a seca. O evento recebe mais de 20 mil pessoas e é uma referência em transferência de tecnologias para a região Nordeste. No momento, a área está sendo preparada para receber a 10ª edição da Feira, que acontecerá em agosto deste ano. A invasão já está prejudicando consideravelmente todo o planejamento e execução das atividades previstas.”, afirma a nota da Embrapa.
A Embrapa disse que a ação do MST é ‘inaceitável’, já que as terras são “patrimônio do governo brasileiro, produtivas e destinadas ao uso exclusivo da Embrapa Semiárido para o desenvolvimento de pesquisas e geração de tecnologias voltadas à melhoria da qualidade de vida de populações rurais”.
Na nota, a Embrapa Semiárido afirma que está adotando as medidas cabíveis para solucionar a situação. Neste momento, a invasão à área da Embrapa já está trazendo danos à condução de seus trabalhos e ao planejamento da execução de projetos e ações de pesquisa, que incluem parceiros com quem temos estabelecido avanços de cooperação que repercutirão em resultados de alto potencial de adoção junto aos produtores do Semiárido.
Por fim, a invasão traz prejuízos consideráveis a produtores e agricultores familiares da área de abrangência da atuação da nossa instituição, bem como para toda a sociedade.
Invasões do MST em Pernambuco
De acordo com o MST, neste fim de semana, o movimento atingiu o marco de 8 invasões em Pernambuco.
Ao todo, em abril, 2.280 famílias no estado realizaram ocupações.
De acordo com o MST, as ocupações aconteceram no Engenho Cumbre, em Timbaúba, com cerca de 200 famílias; no Engenho Juliãozinho, também no município de Timbaúba, com 150 famílias; em Jaboatão dos Guararapes, 400 famílias invadiram o Engenho Pinheiro; em Barra do Algodão, em Tacaimbó, 80 famílias ocuparam terras; em Santa Terezinha, Caruaru, outras 350 famílias ocuparam uma área; em Glória do Goitá, 200 famílias ocuparam a Fazenda Boa Esperança; no Engenho Barreirinha, na Usina Santa Tereza, em Goiânia, 300 famílias ocuparam uma área; além da área da Embrapa, em Petrolina.
Além da reforma agrária, o MST reivindica investimento para agricultura familiar e acesso à crédito para a produção de mais alimentos.
“Somente em Pernambuco há 143 acampamentos do MST. Onde é necessário tomar medidas urgentes em pró a reforma agrária, como a recriar o Incra de Petrolina e nomeação da superintendência de imediato”. Fonte: Canal Rural