Mário da Silva Neto, 34, é um dos reeducandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), e desde o final de 2020 ele tem uma missão: ser domador de cavalos. O conhecimento foi adquirido graças aos cursos de doma racional de equinos e rédeas de equinos, realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Sindicato Rural de Cuiabá e demais instituições parceiras. Desde o fim do treinamento, Mário já conseguiu uma façanha: domar a égua Macadâmia em um período de quatro meses. “Graças à essa ideia da equoterapia, pudemos nos qualificar nesse ramo e através dos cursos do Senar-MT aprendemos a lidar com os animais, como a Macadâmia”. Além dela, o CRC ainda possui outros cinco equinos: a Estrela, a Monalisa, o Penacho, o Zoltar e o Mormaço, doados pela Cavalaria da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, mas de origem da PM do Rio de Janeiro e parceiros. A vinda dos equinos e os treinamentos para capacitar reeducandos e agentes penitenciários possuem um bem maior: ajudar portadores de autismo e demais deficiências, por meio da equoterapia. Toda a estrutura necessária foi construída ao lado da instituição e será disponibilizada de forma gratuita à sociedade, sem limite de faixa etária. No início deste mês de março representantes do CRC estiveram reunidos com a equipe do Senar-MT para alinhar os últimos detalhes da parceria. O superintendente Francisco Olavo Pugliesi de Castro, mais conhecido como Chico da Paulicéia, conta que a instituição, além de ofertar capacitação para os parceiros, também fornece o kit composto de seis mantas, três selas australiana e seis capacetes hípicos. “Atualmente o Senar-MT é parceiro de 30 instituições, espalhadas por todo o Mato Grosso, que ofertam serviço de equoterapia”. O diretor do CRC, Winkler de Freitas acrescenta que a obra está sendo finalizada e a equipe já está se preparando para iniciar os atendimentos. “Cinco reeducandos já fizeram o treinamento de Doma e Rédea do Senar-MT e, agora vão participar de outras capacitações para atuar na equoterapia”, afirmou o diretor. O público alvo a ser atendido são familiares dos servidores e dos reeducandos e a população em geral. “Atenderemos sem restrição de limite de idade desde que tenha encaminhamento específico para equoterapia”, explicou a agente Patrícia Azambuja.
Com informações: CNA Brasil