Transformando Comunidades: A Economia Solidária como Motor de Desenvolvimento Socioeconômico no Tocantins

A economia solidária é destacada como uma alternativa importante para o desenvolvimento socioeconômico do estado do Tocantins. Ao priorizar a cooperação e a solidariedade em vez da competição, esse modelo econômico busca promover o bem-estar coletivo, a distribuição justa de renda e a sustentabilidade ambiental.

 

Por meio da participação ativa dos membros da comunidade, a economia solidária não apenas melhora as condições de vida, mas também capacita e empodera as pessoas, transformando-as em agentes de mudança. Em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e escassez de empregos formais, a economia solidária oferece a melhor possibilidade de geração de emprego, renda, engajamento e empoderamento social.

 

Especialistas afirmam que a economia solidária pode ser uma das melhores soluções para reduzir a pobreza e a miséria no Tocantins. Ela valoriza a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade, permitindo que elas participem do processo de produção, consumo e desenvolvimento social sustentável. O Estado pode desempenhar um papel fundamental no apoio e no fortalecimento dessa nova atividade econômica.

 

De acordo com o professor Abraão Lima, do curso de Economia da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), a economia solidária pode ser uma das melhores soluções para reduzir a pobreza e a miséria no estado. Ele explica: “O Tocantins pode ser um celeiro para essa nova atividade que tem o potencial de dar nova vida a comunidades que estavam praticamente desprezadas, sendo que elas próprias podem produzir para viver e sustentar suas famílias”.

 

No Brasil, a economia solidária começou a se destacar na década de 1990 como uma alternativa à crise dos empregos. Desde então, o governo federal tem implementado políticas públicas para fortalecer essa prática nos estados. No Tocantins, existem 503 empreendimentos de economia solidária localizados em 17 municípios. Mais de mil famílias comercializam seus produtos diretamente para os consumidores em feiras de economia solidária realizadas semanalmente.

 

Um exemplo de sucesso é a associação de produtoras da agricultura familiar no município de Ponte Alta do Tocantins. Com autogestão e princípios da economia solidária, a associação comercializa produtos alimentícios e artesanatos diretamente para a população. A economia solidária tem proporcionado às mulheres envolvidas autonomia, crescimento e apoio mútuo.

 

Raquel Pinheiro da Silva, presidente da associação, comenta como a economia solidária tem dado uma nova perspectiva para as mulheres envolvidas: “A economia solidária deu nova cara para essas mulheres porque é um modelo que prioriza desde a produção de alimentos de qualidade até a comercialização. Não é porque são produtos da economia solidária que devem ter preços banalizados, mas sim justos e solidários”.

 

Apesar dos desafios, como a falta de reconhecimento e entendimento por parte da sociedade, os empreendimentos de economia solidária têm mostrado seu potencial transformador no Tocantins, beneficiando comunidades antes marginalizadas e contribuindo para um desenvolvimento mais justo e sustentável.

 

Edimar Rodrigues de Amorim, uma agricultora beneficiada pela economia solidária, destaca como esse modelo tem transformado sua vida: “A economia solidária faz a diferença porque traz um aparato ao nosso conhecimento que, para nós mulheres, por exemplo, garante autonomia – nosso próprio espaço. Há algumas pessoas que não acreditam em associações como a nossa, tocadas por mulheres. Ainda falta muita conversa e entendimento entre as pessoas nesse sentido. Para mim, o trabalho com a economia solidária tem sido bastante gratificante, porque precisamos nos apoiar para crescer”.

Fonte: Tocantins Rural