Tocantins perdeu quase 70 km² de cerrado nativo em fevereiro, aponta levantamento

O desmatamento no cerrado tocantinense tem crescido e preocupado especialistas. As árvores baixas e com troncos retorcidos do cerrado têm perdido espaço para grandes áreas desmatadas ilegalmente. Só em fevereiro deste ano, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Tocantins perdeu mais de 67,5 quilômetros quadrados de vegetação nativa.

Levando em consideração todo o bioma cerrado, comparando com o mesmo período do ano passado, o índice de desmatamento quase dobrou, subindo de pouco mais de 280 km² para quase 560 km².

Entre os fatores que contribuem para esse cenário de devastação está o desrespeito às normas ambientais. Recentemente, um fazendeiro da região de Lagoa da Confusão foi denunciado depois de desmatar e explorar ilegalmente mais de 630 hectares de cerrado. O Ministério Público calculou que ele lucrava quase R$ 2 milhões por ano plantando soja na área desmatada irregularmente.

Os números do INPE são preocupantes principalmente porque nesta época do ano, quando chove no cerrado, a tendência é que os índices de desmatamento caiam, pois as condições climáticas deveriam dificultar a prática ilegal.

Além disso, o problema pode se agravar ainda mais, já que o sistema só detecta alterações maiores que 25 hectares.Essa é uma situação grave que se repete em outros pontos do país. Na Amazônia, o volume desmatado cresceu 62% em relação a fevereiro do ano passado. Somando os dois biomas, o total desmatado chega a 880 km², o que equivale a uma área maior que Goiânia (GO) e do tamanho de São Luiz (MA).

Esse é o pior número para o mês de fevereiro desde o início da série história, em 2015. Embora isoladamente os dados mensais não sejam reflitam totalmente o balanço trimestral, o pesquisador do INPE avalia que os números são preocupantes.

“Isso é um problema global. O desmatamento tem impacto em todas as escalas […] todo mundo tem que entender que esse sistema tem que conviver em harmonia. Você tem que ter produção, produzir alimentos, gerar economia, mas ao mesmo tempo tem que manter o sistema funcionando. Enquanto as pessoas não entenderem que não existe só o meu lado, que é o agro, fica difícil”, disse Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento do INPE.            Fonte: G1 TO

Fonte: Tocantins Rural