Na esteira da intensificação das exportações brasileiras de milho e da valorização momentânea do dólar frente ao real, a movimentação das cotações do cereal tem sido um tema central nas regiões produtoras do país. Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), embora a colheita de milho tenha seguido um bom ritmo em importantes áreas de segunda safra, o movimento de queda das cotações demonstrou recentemente uma notável desaceleração. Para compreender essa dinâmica e suas ramificações, o Tocantins Rural conversou com o consultor agropecuário, empresário e médico veterinário Marcelo Dominici.
“O milho no Brasil teve uma boa produção, apesar da baixa produtividade em algumas áreas, principalmente no Tocantins”, ressalta Dominici. De acordo com ele o Estado teve uma produtividade muito pequena devido as poucas chuvas nos meses de abril e maio. “A situação no estado do Tocantins revelou-se crítica para a oferta de milho, o que resultou em um aumento significativo nos preços. As cotações na bolsa B3 têm se mantido em um intervalo de 52 a 54 reais sem grandes perspectivas de variações no mercado futuro. Porém, no Tocantins, a baixa produtividade impactou severamente a Safrinha, levando a uma acentuada e pontual alta no mercado de milho”, completou.
Com a oferta limitada de milho devido à quebra de produtividade, o volume armazenado também sofreu um declínio acentuado. De acordo com o consultor esse cenário tem impulsionado os preços para cima e gerado um ambiente de mudança nas dinâmicas locais do mercado. “Os produtores que possuem o cereal armazenado estão pedindo preços mais altos e o mercado está atendendo a essas demandas”, destaca.
De acordo com Dominici, a tendência para o milho no Tocantins é de firmeza nos preços, impulsionada por esses fatores. No entanto, a estabilidade prevalece nos indicadores como a bolsa B3 e o CEPEA, em grande parte devido à considerável quantidade de milho ainda disponível no Mato Grosso, que exerce influência sobre as tendências fora do estado de Tocantins. “Resumindo, há uma perspectiva de aumento de preços para o milho no Estado e uma previsão de estabilidade com poucas mudanças nas cotações na B3 ou no CEPEA, mercado do milho tá muito regionalizado” conclui Marcelo Dominici.