Soberanos de toda Europa compareceram, nesta segunda-feira (16), ao funeral em Atenas do antigo rei da Grécia Constantino II, que morreu aos 82 anos, embora o último monarca grego não tenha recebido qualquer homenagem oficial.
Membros das famílias reais de Espanha, Suécia, Dinamarca, Holanda, Bélgica, assim como o príncipe Albert II de Mônaco e o grão-duque de Luxemburgo, compareceram à Catedral da Anunciação de Santa Maria, em Atenas, para prestar uma última homenagem ao antigo monarca. A cerimônia foi presidida pelo chefe da Igreja Ortodoxa grega.
O soberano não recebeu qualquer homenagem nacional. Segundo o canal público ERT, essa decisão oficial gerou alguns protestos entre as cerca de 3.000 pessoas que foram se despedir do ex-rei antes da cerimônia, na capela onde o corpo estava sendo velado. Seu caixão foi envolto na bandeira grega.
A família real espanhola compareceu em peso ao funeral. O rei Felipe VI e sua esposa, Letizia, estavam sentados ao lado dos monarcas belgas. Os reis eméritos, Juan Carlos e Sofia, irmã de Constantino II, chegaram acompanhados das princesas Elena e Cristina, e de seus filhos.
Já a família real britânica foi representada pela princesa Anne, irmã do rei Charles III, ambos primos do antigo soberano grego.
No início da manhã, uma multidão se reuniu perto da catedral para se curvar diante do caixão do falecido, colocado em uma capela da igreja de São Eleutério.
“Vim homenagear um grego (…). Ele fez parte da nossa história, e não podemos negar”, disse à AFP o estudante Nikos Karakas.
Perto dali, Kyriaki Vizinou, uma aposentada, foi mais efusiva: “Você não pode tirar um título de um rei. Ele nasceu para ser rei, ele morre rei”, alegou ela.
Profundamente republicana, a grande maioria da população oscilou, porém, entre a indiferença e a indignação, após a morte do ex-monarca na terça-feira (10), em um hospital particular de Atenas. Ele havia sido internado na semana anterior pela ocorrência de um AVC.
“Ele não é nosso rei (…). O povo grego votou contra a monarquia. Mas (…) não adianta fazer polêmica, seu enterro deve ser respeitado”, disse Giorgos Christodoulakis, que dirige uma banca de jornal no centro da cidade.
Nem o primeiro-ministro Kyriákos Mitsotákis, nem a presidente do país, Katerina Sakellaropoulou, compareceram ao funeral do ex-soberano. Ele foi deposto do trono em 1974, com a restauração da República, após o período sombrio da ditadura dos coronéis (1967-1974).
Em Atenas, apenas as bandeiras ao redor do estádio Panatenaico, o antigo estádio da capital grega reformado para os primeiros Jogos Olímpicos modernos em 1896, estavam a meio mastro.
Em 1960, Constantino ganhou uma medalha de ouro na vela nas Olimpíadas de Roma. Também foi membro honorário do Comitê Olímpico Internacional (COI).
kan-yap/ib/es/zm/aa/tt
© Agence France-Presse