Área da Unidade de Conservação ocupa mais de 30 mil hectares
– Foto: Carlos Magno/Governo do Tocantins
O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas (Monaf), uma das mais importantes Unidades de Conservação de Proteção Integral do Tocantins, celebra nesta sexta-feira, 4, 24 anos desde sua criação pela Lei nº 1.179 de 2000. Sob gestão do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), o Monaf está localizado no distrito de Bielândia, em Filadélfia, a cerca de 438 km de Palmas, e ocupa uma área de mais de 32 mil hectares de Cerrado e preserva um dos maiores e mais valiosos sítios paleontológicos do mundo.
O Monaf foi criado para proteger um dos maiores acervos de fósseis vegetais do período Permiano da Era Paleozóica (entre 252 a 298 milhões de anos). Nesta localidade, há ocorrências principalmente de pteridófitas e gimnospermas, e ainda também podem haver coníferas e cicadácias, elementos-chave para o estudo da evolução do planeta. Esses fósseis, conhecidos localmente como “Pedras de Pau”, oferecem uma visão detalhada sobre a flora pré-histórica que existia na região, onde uma vasta floresta cobria o que hoje é o Tocantins.
O processo de criação da Unidade de Conservação (UC) foi uma resposta à exploração irregular dos fósseis, que pertencem ao patrimônio da União. A preservação dessas relíquias naturais se deu graças ao esforço da Sociedade Brasileira de Paleontologia, que denunciou a extração ilegal de fósseis, o que levou à intervenção do Governo do Tocantins.
Para o supervisor da UC, o inspetor de Recursos Naturais do Naturatins, Hermísio Alecrim Aires, o Monaf hoje representa não apenas uma área de proteção ambiental, mas também um espaço de grande relevância científica e cultural. “Além da importância paleontológica, o Monaf também protege a rica biodiversidade do Cerrado. A fauna local inclui 195 espécies de mamíferos, como tamanduás e veados, além de uma impressionante avifauna com mais de 800 espécies, muitas delas endêmicas. A flora da região, formada por espécies típicas do Cerrado, matas de galeria e áreas de transição, também guarda grande potencial medicinal, alimentício e turístico”, detalha o supervisor.
No entanto, a preservação enfrenta desafios. A caça predatória, incêndios e o desmatamento continuam a ameaçar o equilíbrio da região. Para combater esses problemas, a educação ambiental tem sido um pilar das ações desenvolvidas no Monaf, com atividades de conscientização nas escolas rurais e em comunidades próximas, focando na redução de incêndios e na proteção dos recursos hídricos.
O Monaf, além de um importante patrimônio científico, tem se consolidado como um atrativo turístico, principalmente pelas suas trilhas ecológicas e a oportunidade de conhecer as formações fósseis. Visitantes podem explorar sítios paleontológicos como as fazendas Buritirana, Andradina e Peba, além de atrativos naturais como a Cachoeira do Genipapo, em Babaçulândia.
A celebração dos 24 anos do Monaf reforça a importância da conservação ambiental e científica para o futuro, e ainda destaca o papel fundamental da região no estudo da história da Terra e na preservação da biodiversidade local.