Uma câmera de segurança, a cerca de 200 m da cooperativa, gravou o momento das explosões. Outra imagem registrou os estrondos em sequência.
Na quinta-feira, 27, foi possível ver melhor o cenário da destruição. A explosão atingiu quatro barracões que armazenavam grãos da cooperativa C. Vale, uma das maiores da América Latina. Sete trabalhadores haitianos e um brasileiro, que faziam um serviço no subsolo, morreram. Outras 11 pessoas ficaram feridas.
“O que eu lembro foi um estouro, depois disso eu só lembro que eu já estava no chão. Acordei, tentei mexer minhas pernas. Minha mão eu vi que mexia, minha cabeça também. Só que minhas costas estavam doendo muito”, conta Fernando Cardoso, sobrevivente.
A região concentra um grande número de imigrantes haitianos, que trabalham em cooperativas e indústrias alimentícias. Imagens registradas dentro da cooperativa mostram a estrutura de metal retorcida e um dos acessos ao túnel onde alguns trabalhadores estavam na hora da explosão.A polícia investiga as causas da explosão. A suspeita inicial é de que o pó dos grãos de milho, que se acumula em locais fechados, possa ter gerado um ambiente inflamável. Especialistas dizem que, em situações assim, qualquer faísca pode provocar uma explosão.
“Tendo bastante desse pó e pela movimentação intensa, pela circulação de produtos todos os dias, trabalha 24 horas por dia, você tem esse pó em suspensão e aí o terceiro elemento para que ocorra a explosão é uma faísca, é um ponto de acender esse combustível dentro desse espaço fechado”, afirma Irineu Lorini, doutor em armazenagem de grãos.
Durante todo o dia, os socorristas trabalharam para encontrar o último desaparecido – também um haitiano. Os bombeiros fazem a limpeza do local, onde estão cerca de 10 mil toneladas de grãos.
“Continuamos ainda em uma atividade bastante complexa para poder retirar essa vítima do local, devido à grande quantidade de toneladas de grãos ali depositados. Então, todo o foco do atendimento das buscas e salvamentos estão sendo focados nessa vítima, que foi identificado o local pelos cães farejadores do Corpo de Bombeiros”, afirma o coronel Manoel Vasco, comandante do Corpo de Bombeiros.
A cooperativa C.Vale declarou que tem feito tudo para auxiliar as vítimas e os parentes, e que equipes da cooperativa também ajudam no resgate.
Fonte: Jornal Nacional