Líder absoluto entre os países que importam peixes brasileiros, os Estados Unidos foram os responsáveis por 81% das vendas nacionais e as exportações do país americano apresentaram um aumento de 43%, atingindo US$ 19 milhões. Além disso, apesar de não ter havido embarques para a Líbia no quarto trimestre, o destino teve um aumento de 550% nas exportações no acumulado de 2022.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, o resultado positivo também é uma demonstração de possibilidades de expansão dos nossos mercados. “O aumento das exportações de peixes para os Estados Unidos é uma boa notícia para o mercado brasileiro, especialmente nesse cenário geopolítico delicado. Com a aproximação do Brasil com a China e a tensão entre Brics e o Ocidente, é importante diversificarmos nossos parceiros comerciais e os EUA são um mercado chave para o setor de peixes. Precisamos continuar investindo em qualidade e sustentabilidade para manter nossa posição nesse mercado”, afirmou Pizzamiglio.
Para o Canadá, o principal produto exportado também foram os peixes inteiros congelados, representando 79% (US$ 941 mil). No entanto, para Taiwan (Formosa), a principal categoria foi dos subprodutos impróprios para alimentação humana (US$ 531 mil), a qual inclui itens como óleos, farinhas e escamas.
Entre os estados que mais exportaram produtos de piscicultura, o destaque foi para o Paraná, responsável por 58% do total exportado, com aumento de 114% em relação ao ano anterior. Na segunda posição aparece o Mato Grosso do Sul, com 18% do total, seguido pela Bahia, com 11%. Merece destaque São Paulo, com 127% de crescimento em relação a 2021.
Apesar da diversidade de espécies no mercado, como o Tambaqui, que ocupa a segunda posição, totalizando US$ 268 mil, houve uma queda de 50% em relação ao ano de 2021.Os dados demonstram que o comércio da Tilápia se torna cada vez mais popular, ocupando 98% das exportações brasileiras. Em geral, o mercado estrangeiro tem preferência por comprar o peixe inteiro e congelado, com isso, os filés frescos correspondem a um quarto do total comercializado.
“Acredito que temos uma oportunidade de mercado se diversificarmos a nossa produção como forma de alcançar ainda mais oportunidades de exportação. Também é importante a ampliação dos nossos mercados compradores, buscando oportunidades de exportação para mais países nos próximos anos”, apontou o executivo.
Segundo as pesquisas da Embrapa, existem diversos fatores que podem justificar o aumento das exportações: a reabertura do mercado europeu para os peixes brasileiros, que estava fechado desde 2018, a geração de novos canais de venda e uma estagnação do consumo no mercado interno, o que leva os produtores a procurarem relações comerciais internacionais como alternativa.
No geral, o primeiro semestre de 2022 apresentou maiores volumes de exportação se comparado à segunda metade do ano. Foram exportados US$ 14,3 milhões em produtos da piscicultura, com 100% de crescimento em relação ao mesmo período de 2021. A análise mensal das exportações indica variação ao longo do ano, apresentando o maior volume, em valores financeiros e em toneladas, no mês de maio.
“O mercado de peixes do Brasil tem o potencial para expansão futura. Deste modo, acredito que poderemos ver um crescimento ainda maior em 2023”, completou Pizzamiglio.