Especialista alerta sobre riscos de transmissão de doenças entre animais e humanos

O dia 6 de julho foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Dia Mundial das Zoonoses. Essa data destaca a importância da prevenção e conscientização destas doenças infecciosas transmitidas por patógenos do animal para o ser humano. 

 

As zoonoses são um problema de saúde pertinente e isso se dá pela complexidade na mediação da simbiose entre homem, meio ambiente e os animais. O médico infectologista Rafael Nogueira explica que, no Brasil, há diversos tipos de zoonoses que representam risco para a população, visto que o clima tropical e a riqueza de fauna abrangem animais de diferentes espécies que podem ser portadores de vírus, bactérias, protozoários e fungos. 

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é estimada a existência de mais de 200 tipos de enfermidades que se enquadram nessa denominação. O profissional alerta, ainda, para as zoonoses mais frequentes no país, que são a febre maculosa, a toxoplasmose, a leptospirose, a febre Q, a raiva e a hantavirose. 

 

“Os agentes causadores das doenças podem ser transmitidos aos humanos de forma direta, por meio de secreções, mordidas ou arranhões, ou de forma indireta, através de vetores, como insetos e mosquitos”, explica o especialista. 

 

Os sintomas podem incluir febre e manchas na pele, e, considerando que o diagnóstico pode ser complexo em vários casos, é fundamental buscar atendimento médico o mais rápido possível. “Engana-se quem pensa que o tratamento pode ser feito em casa ao ser atacado por algum animal infectado. E essa celeridade no início do tratamento pode ser determinante para a cura”, afirma. 

 

De acordo com a biomédica e coordenadora técnica do Sabin no Tocantins, Patricia Cavalcante, existem diversos exames que auxiliam no diagnóstico de zoonoses, seja por pesquisa direta, sorologias ou diagnósticos moleculares, e possibilitam ao profissional da saúde a identificação das inúmeras doenças transmitidas entre animais e humanos. 

 

“Realizamos os exames diretos que contemplam micologia para pesquisa de fungos e bactérias, bem como suas culturas, parasitologia para detecção de cistos, ovos e larvas de protozoários, pesquisa de leishmania, além das sorologias e pesquisa do antígeno para Dengue, dentre outros”, aponta. 

 

Prevenção 

 

A prevenção de zoonoses é um conjunto de esforços que requer cooperação entre profissionais de saúde humana e animal, governos, comunidades e indivíduos. Entre os aspectos fundamentais estão a conscientização e a disseminação de informações precisas sobre seus modos de transmissão e medidas preventivas.  

 

A higienização pessoal após o contato com animais, manter uma limpeza adequada das áreas onde eles vivem, bem como garantir a vacinação regular e o controle de parasitas estão entre as maneiras eficazes de proteção. Outro meio de prevenir essas doenças é utilizar repelentes em situações de exposição a áreas de risco, como a zona rural.  

 

 

Fonte: Tocantins Rural