A suspensão da exportação da carne bovina para a China, após um caso de vaca louca ser registrado no Pará, deve impactar bastante os produtores do Tocantins. É que quase 60% das exportações do estado são para o país asiáticos.
Após o registro da doença no estado vizinho, o Brasil teve que adotar um autoembargo, medida que se estende para todos os estados. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o caso é atípico e não traz risco de disseminação no rebanho ou transmissão ao ser humano.
“Existe esse acordo entre Brasil e China, onde quando acontecem situações como esse caso, o Brasil automaticamente faz o autoembargo. Isso faz com que não se faça exportação de carne para a China até sanar todas essas dúvidas”, explicou o diretor de agronegócio da Seagro, José Américo.
Segundo o diretor, ainda não é possível calcular a dimensão do impacto ao Tocantins porque isso vai depender do tempo de duração do embargo. Em 2021, o Brasil deixou de exportar a carne para a China por mais de 100 dias. Na época, o governo havia comunicado dois casos em Mato Grosso e Minas Gerais.
“Obviamente vai continuar tendo um excesso de gado e reduzir, no mínimo, 50% o comércio para o exterior. Isso vai gerar grandes consequências, onde o produtor vai sentir porque não vai ter como vender esse gado”, disse.
A vaca louca costuma ocorrer em animais mais velhos e afeta diretamente o sistema nervoso. É por isso que o animal, que costumava ser calmo e de fácil manejo se torna agressivo e daí se origina o nome da doença.
“O animal adquire essa doença por uma modificação de uma proteína que o animal mesmo tem. Geralmente isso acontece em um a cada 1 milhão de animais. Uma outra forma de adquirir essa doença é ingerir essa proteína vindo de um animal acometido pela vaca louca”, explicou o diretor de defesa e inspeção da Adapec, Márcio Rezende.
O diretor explica os cuidados do Tocantins para evitar esse tipo de doença.
“Aqui no Tocantins a gente trabalha com a vigilância ativa nas propriedades de maior risco. São propriedades que utilizam rações para alimentação animal, como confinamentos, fazendas que trabalham com leite. Outro ponto é nos frigoríficos, onde há a retirada do Material Específico de Risco (MER), que é o cérebro, medula da carcaça, por exemplo. Esses materiais são incinerados”, contou.
Fonte: G1 TO