Uma das mais tradicionais empresas de Palmas, a Paraíso Pamonharia atinge a maioridade em 2023 e reafirma sua consolidação entre as queridinhas do consumidor palmense, com ofertas gastronômicas pautadas na culinária tipicamente brasileira, com uma pitada da singularidade tocantinense. São pamonhas de doce, sal e temperadas, além de outras receitas derivadas do milho e do leite, como o curau, canjica, caldo de milho, bolo de milho e a empada, as delícias oferecidas pela indústria.
A história do empreendimento começou há cerca de 29 anos, a família composta por um casal e sete filhos, residente de Paraíso do Tocantins, resolveu adentrar ao mundo dos negócios por intermédio de uma pequena plantação de milho que tinham em sua propriedade, como conta o sócio-proprietário do empreendimento em Palmas, Wilanildo Pinheiro. “O empreendedorismo pode surgir em cada um, a qualquer momento da vida, seja por necessidade, oportunidade ou inquietação e no Caso da Paraíso Pamonharia, já havia um produto vendável, que muita gente gosta, mas este, por si só, não agregava valor. Chegou o momento do “start” e não havia nenhum outro caminho, se não inovar. Buscamos juntar o que fazíamos de melhor com o que gostamos e começamos a produzir as pamonhas.”, aponta.
A matriarca da Família, Dalci Soares, passou a fabricar e vender o produto em feiras e escolas. A aposta de empreendimento angariou sucesso, sendo necessária a ampliação da plantação de milho e a abertura de uma sede própria para melhor atender. Visando ampliar a oferta de produtos, passaram a vender as pamonhas em feiras da Capital do Estado e não deu outra, mais uma vez se viram à frente de um novo desafio: promover um espaço digno para a clientela palmense e para a força que o negócio vinha ganhando. Daí, nasce a sede de Palmas.
Um processo de produção eficiente é sem dúvidas imprescindível para o sucesso de um negócio, mas não só. Para afirmação e reafirmação da marca, o corpo gestor precisa adentrar “de cabeça” no fantástico e desafiador mundo do empreendedorismo, assumir todos os compromissos e principalmente, os riscos. É o que Wilanildo e sua esposa fizeram quando decidiram abrir a unidade de Palmas. E é aí que entra o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Tocantins – Sebrae/TO.
A casa do empreendedor brasileiro oferece uma gama de soluções, produtos e serviços para todos aqueles empreendimentos que se configuram pequenos negócios, sendo eles: Microempreendedor Individual – MEI; Microempresa – ME e Empresa de Pequeno Porte – EPP. No Tocantins, segundo dados do próprio Sebrae, esses negócios representam 87,10% dos CNPJs, 41,40% do PIB e concentram 89% dos empregos formais gerados no Estado só em 2022.
Na busca de aprimorar a gestão, fomentar a inovação e adentrar no mercado competitivo, Wilanildo procurou a instituição e teve a oportunidade de usufruir das soluções ofertas. “Participei e participo de vários projetos e programas como o Sebraetec, Investe Turismo, Na Rota da Exportação e Tocantins pelo Mundo, além de diversas capacitações para nossos colaboradores e participação frequente em feiras. O Sebrae também me possibilita fazer parte de uma rede de apoio e cooperação com outros empreendedores, ampliando as oportunidades de negócios e parcerias. Por isso, a instituição é um aliado importante para o sucesso do meu negócio’, conta.
Pouco antes da pandemia da covid-19, a empresa começou, com a ajuda do Sebrae e de outros parceiros, a exportar o produto do Tocantins, para o mundo. “Entre 2018 e 2019, conseguimos vender as pamonhas para fora, com a ajuda de uma outra empresa que comprava de nós, infelizmente, com o período pandêmico caótico que tivemos, paramos. Mas começamos a nos capacitar para fazermos a exportação sem precisar de terceiros e hoje em dia, a Paraíso Pamonharia está apta e apenas aguardando os negócios internacionais melhorarem, para uma retomada”, destaca.
Wanildo explica que apenas a vontade e um bom projeto de empreendedorismo não são suficientes. “Se for olhar para dentro do negócio, temos alguns problemas, como o caso da plantação de milho, que é nada mais, nada menos que a matéria prima de todo o negócio. O sistema de colheita não para e acabamos tendo que lidar com o clima, pragas, falta de mão de obra, entre outras coisas. E quando olhamos para a parte burocrática, são muitos e altos impostos, precisamos entregar o melhor produto porque é a nossa essência, nossa marca e isso independe de qualquer coisa. Não precisamos superar os obstáculos, nós temos que superar.. É duro, é preciso resiliência para empreender, tem que ser artista e claro, bons parceiros para dividir a caminhada”, aponta.
A Pamonharia, que começou na categoria Microempresa – ME, configura Empresas de Pequeno Porte – EPP, cujo faturamento bruto anual fica entre R$ R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões de reais. Já são três lojas no Estado, duas em Paraíso e uma em Palmas, com gestão totalmente familiar e emprega cerca de 50 colaboradores diretos. Em 2019, venceu o 2º Prêmio Fieto de Inovação, pelo fomento constante da cultura no negócio.
Processo Industrial
Hoje, para que o produto chegue até as lojas, tem-se um processo produtivo completo, este, que inicia com o cultivo do milho nas propriedades da empresa em Paraíso do Tocantins, perpassa pela colheita e preparo da massa e conclui-se com a finalística da produção e venda, divididas entre as unidades de Palmas e Paraíso, além de feiras livres em ambos municípios. De acordo com o sócio-proprietário do negócio na capital tocantinense, para atender toda a demanda das duas cidades, é preciso plantar milho duas vezes na semana. E a colheita ocorre também a cada dois dias. “Trabalhamos ainda, com o sistema de rotatividade nas terras, para que uma propriedade descanse enquanto a outra está produzindo”, afirma Wilanildo.
Quem é Wilanildo Pinheiro
Natural de Imperatriz/MA, é formado em Tecnologia em Processamento de Dados (Unitins 1996-1999) e Administração de Empresas, MBA em Gestão Pública e Pós Graduação em Direito Previdenciário, além de diversas capacitações em Exportação.
Atualmente Wilanildo Pinheiro é CEO da empresa Paraíso Pamonharia em Palmas além de estar a frente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel, no estado do Tocantins. O empresário detalha que sempre esteve ligado ao associativismo, sendo parceiro da Acip, Acipa, Ajee, Abrasel, Senac, Senai, Sebrae, Fieto e Fecomércio. “Sempre buscando conhecimento e melhorando, tanto na produção quanto no atendimento,. Empreender é isto, estudar, inovar, buscar tecnologias, capacitações e principalmente, saber ouvir o cliente”, finaliza.