Contemplada no edital Artes Tocantins da Lei Paulo Gustavo, a exposição fotográfica “Somos Raimundas” tem abertura oficial nesta terça-feira, 5, no hall da Assembleia Legislativa (Aleto), em Palmas. O projeto tem o intuito de destacar a força e o protagonismo da mulher do campo, com foco nas quebradeiras de coco babaçu da região do Bico do Papagaio, no norte do estado. A iniciativa foi classificada na categoria Linguagens Artísticas – Artes Visuais e recebeu um aporte de R$ 30 mil para sua execução.
De acordo com a proposta, cerca de 20 imagens produzidas por Loise Maria, fotojornalista e diretora-geral da mostra, contarão um pouco sobre a jornada dessas mulheres. As fotos foram produzidas por ela ao longo de dez anos, durante visitas às comunidades para pesquisa de estudos de pós-graduação. O intuito é apresentar o papel dessas tocantinenses na conservação do coco, suas tradições e culturas que envolvem o processo da quebra da fruta, além dos desafios enfrentados e lutas por direitos. “Os retratos expõem as especificidades das mulheres rurais, que são tão batalhadoras e têm uma identidade, uma ligação especial com a terra, com o coco babaçu. Essa exposição vem para valorizar e fomentar esse protagonismo feminino também na área rural”, relata a proponente.
A exibição também presta homenagem a Dona Raimunda (em memória), uma das líderes do movimento das quebradeiras de coco no Bico do Papagaio. “Sabemos que há muitas outras Raimundas na mesma região, que também lutam arduamente por melhores condições de vida, melhores condições de trabalho e, principalmente, de sobrevivência”, acrescenta Loise.
Segundo o produtor executivo da exposição, Washington Luiz, a proposta é dar visibilidade à vida dessas mulheres e sensibilizar o público sobre a importância de sua atividade para a preservação do meio ambiente e da cultura local. “A exposição Somos Raimundas não apenas celebra a rica cultura das quebradeiras de coco, mas também destaca a importância de apoiar e proteger essas mulheres e seus meios de subsistência, além de promover a conscientização sobre a conservação ambiental”, complementa o fotógrafo.
Durante o lançamento, a exposição contará com a presença de algumas quebradeiras de coco da região, que participarão de apresentações culturais, depoimentos e venda de produtos típicos. A programação inclui ainda exibição de vídeos com relatos e experiências das quebradeiras e um espaço para comercialização de produtos derivados do coco babaçu. Como contrapartida social, a ação prevê a visitação de grupos de instituições que trabalham com inclusão e acessibilidade, além de coletivos culturais e associações comunitárias. O espaço também foi planejado para garantir acessibilidade, com rampas, cadeiras de rodas e materiais de divulgação em formato acessível.
Conheça a proponente
Loise Maria e Silva é amante da cultura e vivência das comunidades rurais, como indígenas, quilombolas e mulheres do campo. É formada em Fotografia pela Ulbra, em Assistência Social pela Unitins e pós-graduada em Política Social e Direitos Humanos pela mesma universidade. Tem experiência na área de fotojornalismo, fotografia em assessoria de imprensa, produção, foto publicitária e edição de imagens. Foi por 12 anos repórter fotográfica da Defensoria Pública do Tocantins e atualmente trabalha como fotojornalista no Governo do Tocantins.
