Referência mundial na exportação de proteína animal, o Brasil avança na conquista de novos mercados internacionais, mas também tem grande potencial para melhorar o acesso comercial a países que já são consumidores. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, discutiu sobre como ganhar esses espaços, biosseguridade e projeções para a avicultura nacional, durante o primeiro bloco do 23º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), na terça-feira (4).
Santin salientou o momento desafiador para a avicultura mundial com a intensificação da gripe aviária. “O Brasil continua livre da influenza aviária, enquanto todos os países vizinhos têm. A biosseguridade e o trabalho que nossos veterinários têm feito junto das empresas e do governo manteve nossos plantéis longe dessa doença.”
“Caso a doença [gripe aviária] chegue aqui, nós também já estamos preparados para segregar e erradicar o foco” — Ricardo Santin
“Temos que celebrar isso, pois é uma vitória do Brasil não ter nenhum caso de influenza aviária. E caso a doença chegue aqui, nós também já estamos preparados para segregar e erradicar o foco”, reforçou Santin.
Diante do cenário sanitário global turbulento, o presidente da ABPA salientou que na condição de livre da gripe aviária, o Brasil deve aproveitar seu status para implementar novos acordos comerciais. O país é o maior exportador mundial de carne de frango e o segundo maior produtor, com 35% de participação no mercado, e as projeções do setor mostram que é possível avançar ainda mais.
“Não significa necessariamente abrir mercados novos, mas ganhar mais espaço. A Índia, por exemplo, impõe taxas de importação de 100% sobre produtos de frango e de 30% sobre frangos inteiros. Essas são barreiras difíceis e se um acordo fosse realizado para reduzir essas taxas, poderia nos dar mais acesso a esse mercado, embora ele já esteja aberto”, disse.
Números sobre a avicultura brasileira
O consumo de alimentos só aumenta e as expectativas do mundo estão voltadas para o Brasil. Segundo dados apresentados por Santin no Simpósio Brasil Sul de Avicultura, enquanto países como Canadá, Estados Unidos e Austrália têm projeções de aumentar a produção de alimentos para atender a demanda global em 9% e 10%, no Brasil esse índice sobe para 41%.
A carne de frango e os ovos, inclusive, apresentaram o maior aumento de consumo de proteína animal no mundo, de 2010 a 2022. Somente no ano passado, as exportações brasileiras da proteína totalizaram 4,8 milhões de toneladas, conforme dados da ABPA, volume recorde que superou em 4,6% o total exportado nos doze meses de 2021. Entre os principais destinos estão a China, os Emirados Árabes Unidos, as Filipinas, a União Europeia e a Coreia do Sul.
Fonte: Canal Rural