As recentes variações climáticas com chuvas inesperadas em agosto pegaram de surpresa os agricultores do Tocantins, isto por que as propriedades estão sendo preparadas para o plantio de soja safra 23/24. Diante desse cenário, a Frísia Cooperativa Agroindustrial trabalha junto aos seus cooperados com medidas que ajudem a diminuir os efeitos causados pelas instabilidades climáticas, dentre essas medidas está a melhoria no perfil do solo, o equilíbrio nutricional e o aumento da matéria orgânica.
Glayson Oliveira, engenheiro agrônomo da cooperativa, relata que as chuvas de agosto foram, na maioria dos casos, favoráveis, principalmente para quem estava abrindo áreas e preparando o solo para seu primeiro plantio. Nestes casos, a chuva favoreceu a incorporação do calcário e do gesso. “Essas chuvas fora de época ajudaram na germinação das sementes de plantas daninhas e como não choveu mais, parte dessas plantas irão morrer por falta de água, com isso o produtor economizará com herbicidas”, explica o profissional.
O agrônomo detalha que é importante conhecer a capacidade de retenção de água no solo para ter uma maior confiança em iniciar os plantios da safra 23/24. “Algumas das principais maneiras de minimizar os efeitos causados por anomalias climáticas são a construção da fertilidade do solo em profundidade, a implantação de coberturas no solo, a melhora da palhada (matéria orgânica); evitar o plantio convencional e usar curvas de nível sempre que for necessário. Outra importante função da palhada é na manutenção da temperatura, reduzindo a evapotranspiração”, frisa.
O coordenador do comitê agrícola do Tocantins, agrônomo e produtor rural de Araguacema, Rafael Nadal Nascimento, afirma que a cobertura do solo auxiliou bastante a sua área de plantio, pois ajudou a amortecer a água da chuva, facilitando a infiltração, diminuindo a velocidade de escoamento e, consequentemente, o risco de erosão. “Com certeza hoje o diferencial do produtor de soja é a preparação do perfil de solo e as plantas de cobertura, quanto mais raízes, melhor será o armazenamento de água”, enfatiza.
Glayson comenta que as estratégias de manejo são sempre necessárias para mitigar os efeitos causados pela falta e/ou excesso de chuvas e o histórico climático deve sempre ser levado em conta para determinar o início dos plantios. A Frísia, por exemplo, acompanha a média histórica das regiões. “Buscamos informações das estações meteorológicas espalhadas nas regiões que atendemos e contamos também com o suporte do setor de agrometeorologia da Fundação ABC. Mas para se ter sucesso nas lavouras, principalmente em anos difíceis, é preciso adotar boas estratégias”, afirma o agrônomo.
Apesar da surpresa climática do mês de agosto, de acordo com o gerente executivo da Frísia, Marcelo Cavazotti, não houve impacto financeiro significativo. “As variações de clima entre safras (El Ninõ e La Ninã) impactam fortemente na performance das lavouras, consequentemente no tamanho das safras, e isso impacta nos preços, mexendo na oferta e demanda de produtos, mas por essas chuvas terem ocorrido regionalmente e em uma época em que não temos cultura no campo, não tivemos perdas nem impacto direto nos preços”, explica.