O cenário agrícola brasileiro está experimentando momentos de intensa atividade e transformação, à medida que o avanço da colheita da segunda safra de milho ganha ritmo. As novas estimativas oficiais, que indicam uma produção recorde no país, têm gerado uma atmosfera de otimismo entre os agricultores, apesar dos desafios enfrentados no mercado global. Contudo, a melhora das condições climáticas nos Estados Unidos tem mantido os compradores cautelosos em relação ao mercado spot nacional, resultando em um panorama de negociações lentas e preços em queda.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP), que é uma referência para os preços do milho no Brasil, tem registrado os menores patamares nominais desde agosto de 2020. A combinação de uma colheita robusta e a perspectiva de uma safra recorde de milho têm exercido pressão descendente sobre os preços no mercado interno. Nesta segunda-feira, 14, pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) ressaltaram que essa dinâmica é em parte resultado das notícias da produção norte-americana.
Nos Estados Unidos, as condições climáticas têm melhorado, o que impactou positivamente as perspectivas para a safra de milho. A consequente retomada da confiança nos mercados norte-americanos tem levado a um comportamento mais cauteloso por parte dos compradores brasileiros. A possibilidade de uma oferta global mais equilibrada afeta diretamente a demanda pelo milho nacional, contribuindo para um cenário de negociações lentas no mercado spot.
Enquanto isso, no cenário doméstico, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou um relatório durante esta semana, revisando positivamente suas estimativas de produção para a segunda safra de milho. Os números impressionam: espera-se uma produção recorde de 100,18 milhões de toneladas, reforçando a posição do Brasil como um dos principais players globais no setor agrícola. Essa revisão elevou ainda mais a estimativa da produção nacional de milho para a safra 2022/23, que agora se projeta em 129,96 milhões de toneladas.