Ovos, Milho e Mandioca: preços e condições climáticas impactam mercado brasileiro

No cenário atual do mercado agrícola brasileiro, diversas commodities estão enfrentando variações de preços e condições climáticas desafiadoras, impactando a produção e o comércio de importantes produtos. Nesta matéria, vamos explorar as quedas nas cotações dos ovos comerciais, as oscilações na raiz de mandioca e a pressão sobre os preços do milho.

 

Ovos comerciais sofrem desvalorização

 

De acordo com dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as cotações médias mensais dos ovos comerciais no mês de julho apresentaram uma queda em relação a junho, entretanto, mantiveram-se em patamares superiores quando comparadas a julho do ano anterior.

 

O levantamento realizado pelo Cepea apontou expressivas desvalorizações nos preços dos ovos comerciais tipo extra, tanto na variedade branca quanto na vermelha. Esta queda nos preços foi atribuída à baixa demanda pela proteína em grande parte das regiões acompanhadas pelo centro de estudos.

 

Em Bastos (SP), um dos principais polos de produção de ovos no país, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos tipo extra, retirada na fazenda (FOB), foi cotada, em média, a R$ 180,59 em julho. Isso representou um recuo de 4,8% em comparação com o mês anterior, porém ainda se manteve 25% acima do valor registrado em julho de 2022. Os ovos vermelhos também sofreram desvalorização de 5,3% em relação ao mês anterior, mas permaneceram 27% acima da média de julho do ano passado, fechando o último mês a R$ 205,90 por caixa.

 

Mandioca enfrenta condições climáticas desafiadoras

 

Enquanto isso, no mercado da mandioca, os preços continuam firmes, conforme indicam os dados do Cepea. A média das regiões acompanhadas pelo centro de estudos apresentou um valor médio nominal a prazo de R$ 712,15 por tonelada de mandioca posta na fecularia, representando um leve aumento de 0,3% em relação ao período anterior.

 

O clima seco predominou em grande parte das regiões produtoras, limitando tanto a colheita quanto o plantio da nova safra. Uma exceção foi observada no estado do Paraná, onde chuvas pontuais permitiram a retomada da colheita da mandioca.

 

Pressão sobre os preços do milho devido à maior disponibilidade

 

Os preços do milho, por sua vez, continuam enfrentando uma trajetória de queda no mercado brasileiro. De acordo com pesquisadores do Cepea, a maior disponibilidade do produto aliada a uma queda acentuada nos preços internacionais na semana passada exerceram pressão sobre as cotações domésticas.

 

Com o ápice da colheita de uma segunda safra que se mostra recorde, os consumidores estão na expectativa de preços mais baixos para efetuar compras em volumes mais expressivos. No entanto, os vendedores estão relutantes em negociar nos níveis de preço atuais, gerando uma disparidade entre as ofertas de compra e venda, o que resultou em baixa liquidez.

 

Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), atingiu os patamares nominais mais baixos desde agosto de 2020, evidenciando a pressão sobre os preços do milho no mercado brasileiro.

Fonte: Tocantins Rural