Rhana Lages recebe auxílio técnico da empresa Prosperar, além de apoio da Seagro, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural
Na manhã de terça-feira, 31, uma reunião entre a Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seagro), Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, Banco do Brasil, Empresa Prosperar e produtora Rhana Lages, alinhou questões da primeira contemplada pelo Projeto de Crédito Fundiário Terra Brasil, após mais de dez anos no Tocantins.
O Projeto oferece condições aos agricultores sem acesso à terra ou com pouca, para que possam comprar um imóvel rural por meio de um financiamento de crédito rural. Mas para a realização de todo o processo, é obrigatório um Projeto Técnico de Financiamento, na qual deve conter a capacidade de pagamento dos financiamentos e demonstrar viabilidade técnica, econômica, ambiental e social nas atividades.
De acordo com o coordenador de assistência técnica e extensão rural da empresa Prosperar, Kleiton Paulo, todo o processo de elaboração do projeto levou em conta tanto a aptidão da produtora beneficiada, quanto a relação da terra que será usada para trabalhar. “Nós sempre tentamos buscar parcerias com a Seagro, com o município e sindicato, é através deles que conseguimos ajudar o agricultor a se organizar, arrumar documentos e averiguar a experiência rural, além de verificar a renda e patrimônio”, explica o coordenador.
Inicialmente, a terra é vistoriada, há a produção do laudo e as informações são repassadas aos parceiros, para que um agronônomo do estado possa verificar e fazer a vistoria. “Após projeto finalizado, a proposta é encaminhada para a Seagro e Ministério da Agricultura, caso seja aprovado, o processo é enviado ao banco, onde a produtora receberá a terra, junto ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)”, finaliza Kleiton.
Segundo Rhana Lages, produtora de Barrolândia beneficiada com o Programa, o início desse projeto se deu a um tempo. “Vejo como simbólico a concretização do projeto ser realizada nesse ano, onde a agricultura e o pequeno produtor rural ganharam espaço, voz e passa a ser defendido e ganhar apoio novamente, depois de alguns anos de opressão e esquecimento”, comenta a produtora.
Rhana também conta que é simbólico uma mulher ser a primeira contemplada no Tocantins. “Que haja incentivo para as mulheres do campo, não só no quesito de produção e sim com consciência de classe. Que sejam levados temas como a agricultura sintrópica, agrofloresta, agricultura sustentável e feminismo camponês popular. Não haverá transformação em nosso Estado se pautas como agrotóxicos e desmatamento não forem debatidas.”
Para finalizar, a produtora conta que quer levar a parte da inovação e tecnologia, a partir do projeto que é uma grande oportunidade de implantar o turismo. “Quem sabe a nossa região não se torna uma próxima Taquaruçu.”
A beneficiada tem até 25 anos para pagar o terreno, três anos de carência e os juros podem variar no tipo de crédito que a produtora se enquandra. A terra também fica alienada, enquanto o valor não é quitado.