novo parceiro impulsiona fazenda goiana

Com sete hectares em Anápolis, região central de Goiás, a família Silva é proprietária da Fazenda Primavera, focada em pecuária leiteira. “Começamos com apenas cinco vacas pouco produtivas”, lembra Odair Albino da Silva. Hoje, já são 32 em lactação que chegam a gerar até 700 litros diários.

Ele conta que, se tudo der certo, no ano que vem conseguirá alcançar a sonhada marca de mil litros por dia, número que tem fixo na cabeça desde 2013, quando, junto com a mulher, Maria Amélia da Silva, e o único filho, Iago Albino da Silva, adquiriram o local e abriram espaço para os animais, para a sala de ordenha, o cocho e negociaram a área arrendada com a lavoura de milho para o fornecimento da ração.

Para ter mais qualidade de vida e atraídos pela rentabilidade da soja em 2022, quando a saca ultrapassou os R$ 200 pela primeira vez na história, ficaram tentados a investir unicamente na produção da oleaginosa, mas a vocação leiteira falou mais alto.

“Eu gosto de trabalhar com leite. Meu filho, que usa muito mais a inteligência do que a força bruta, pode futuramente combinar o leite com a soja ou outra cultura, mas, por enquanto, só queremos mexer com leite porque está dando muito certo”, diz o patriarca.

Segundo ele, as coisas começaram a mudar quando um parceiro de peso chegou e lhes disse que poderiam ter uma produção que gerasse mais renda e, de quebra, agredisse muito menos o meio ambiente. Assim, passaram a fazer parte do Programa Nature por Ninho, da Nestlé.

A iniciativa por enquanto só existe no Brasil e oferece consultoria aos mais de mil produtores de leite que fornecem o produto exclusivamente à companhia. Assim, além do preço fixado, recebem uma bonificação pelo litro da bebida conforme as iniciativas sustentáveis que adotam ao longo do processo.

Quem entra no programa começa com o nível bronze, como é o caso da Fazenda Primavera. Para atingir o próximo patamar, o prata, a propriedade precisa, necessariamente, começar a investir em genética. O Nature por Ninho ainda possui os níveis ouro e diamante e integra o compromisso da Nestlé em neutralizar as emissões de suas operações em 50% até 2030 e em 100% até 2050, missão que inclui as cadeias de fornecimento.

De pai para filho

Odair e Iago - produtores leite Goiás
Odair Albino da Silva e o filho Iago Albino da Silva. Foto: Reprodução

Falando no longo prazo, Odair é otimista quanto ao futuro da fazenda. Ainda que os meandros do termo “sucessão” não lhe sejam tão familiares, confia cegamente no filho para seguir na gestão da propriedade.

“Meu filho tem ideias novas que vão melhorando a produção. A minha esposa e eu não, quando começamos era só na força e na ignorância. Daqui a dez anos, quando ele estiver à frente de tudo, estará produzindo três, quatro mil litros por dia”, prenuncia.

Já o filho não enxerga na continuidade do trabalho uma obrigação, mas uma missão. “Temos que melhorar, trazer cada vez mais tecnologia para a fazenda, quem sabe em um futuro próximo estar com uma estrutura melhor, um barracão, uma ordenha melhor, com mais mão de obra, evoluir. Penso em cada vez mais estar em um patamar diferente, em continuar com esse legado dos meus pais que tenho certeza que não foi fácil para eles atingirem”, conta Iago.

Como sua primeira ação na fazenda, a adoção de um GPS no velho trator da família veio em boa hora, mas não sem a estranheza do pai. “Ele ficou um pouco resistente no começo, mas depois viu que é uma questão de economia, porque se você não tem o GPS e vai aplicar algum adubo ou defensivo, acaba gastando mais do que precisa, às vezes tem erros, então quando vamos aplicar adubo ou esterco, temos mais precisão [no que estamos fazendo]”.

Iago confessa que não pensava em seguir na pecuária leiteira quando era mais novo, principalmente ao ver os sacrifícios dos pais. “Hoje eu tenho vontade de que seja uma atividade [que vou desempenhar] pelo resto da minha vida, o meu ganha pão, para o meu crescimento, vejo como uma atividade atrativa. Não é fácil, principalmente para jovens como eu, mas é algo que enxergo com novos olhos”, conta.

Fonte: Canal Rural